segunda-feira, 4 de abril de 2011

BARULHO

O barulho nasce alí.
No canto, no meio da sala, do lado de um, no meio dos outros, no espaço entre um silêncio, entre uma palavra e uma risada.
O barulho entra pelos ouvidos, rebate nas paredes, voa ao teto, cai em cima das mesas, rola entre todo mundo, se agarra pelas janelas, espreme-se nas frestas e, não aguenta mais, sai pelo corredor. Voa e se perde. Enfraquece. Lá fora.
Por que aqui ele cresce. Seque frenético sem saber que logo terá os minutos contados, a vida encurtada. Voltará para o canto, desaparecerá no fechar da porta. O barulho também se apaga.

Nenhum comentário: