sábado, 23 de abril de 2011

O VEREDICTO 2

Cá estou excelência. Recomposto, rosto lavado, cabelos ajeitados.
Confesso que não voltei para casa. Fiquei no banco da praça a tarde inteira e pude ver coisas que há muito tempo não via. Entre elas vi minha vida que de tão abandonada passou por meus olhos discretamente, sem brilho.
Passou escondida na sombra dos que alegremente andavam na minha frente, com ares de liberdade e felicidade.
Precisei ver o sol se pôr para ver quantos dias como este perdi. E quantas pessoas como aquelas, deixei passar.
Excelência, não é todo dia que se percebe o quanto viver pode ser bom, e o quanto vale a pena recomeçar.
Por isso peço licença aos presentes para comunicar:
senhores, com muita alegria, lamento que não haverá mais julgamento.
Julguei que é tempo de sair e sentir a vida, as pessoas.
Quanto a meus clientes, apesar de não termos nos apresentado, dirijam-se à praça. Creio que lhes fará bem.
Obrigado.

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